27 de novembro de 2014

Psicoterpia e Coaching são processos contraditórios?

Já escrevi um post explicando os diferentes serviços que executo: Psicoterapia, Coaching e Orientação Profissional. Na ocasião utilizei uma linguagem mais metafórica (Como o ditado diz: Cada coisa em seu lugar - 5 de novembro de 2013). Também já escrevi um post explicando especificamente as diferenças entre os processo (Psicoterapia X Coaching - 7 agosto de 2013).

Como são posts mais antigos, hoje retomarei o tema, pois uma dúvida chegou a mim: tais processos não seriam contraditórios?

A resposta é não! E a explicação é que seus objetivos e focos são distintos. Enquanto o Coaching foca em ação, resultado, futuro; a Psicoterapia foca em sentimentos, emoções, alívio e muitas vezes em revisão do passado. Desta forma, não só não são contraditórios, mas podem ser complementares. Tenho alguns pacientes de Psicoterapia inclusive que passam concomitantemente pelo Coaching (com outro profissional) e ambos os processos se complementam e se alimentam. Ou que finalizaram o Coaching e perceberam que a dificuldade para implementar algumas metas e atingir resultados mais expressivos era decorrente de questões emocionais mais profundas, que o Coaching não podia dar conta.

Coaching é um processo de começo, meio e fim. Entre 10 e 12 sessões focamos no problema, estabelecemos a meta a ser atingida, elaboramos o plano de ação e acompanhamos o passo-a-passo, identificando e trabalhando com os possíveis obstáculos que atrapalhem o processo. O foco é no comportamento/competência a ser desenvolvida para que cheguemos ao objetivo esperado.

A Psicoterapia por sua vez, tem começo, meio, mas o fim não dá para dizer quando, se em 10 sessões ou em 100. O objetivo é acolher e elaborar medos angústias, ansiedade e identificar e desenvolver talentos e potencialidades. Contudo, não tem como prever um período de tempo específico para que isso aconteça. Cada pessoa, cada processo tem seu tempo próprio e no universo psicoterapêutico é importante respeitarmos isso.

Ambos são processos lindíssimos, promotores de autoconhecimento, que para mim é a ferramenta mais poderosa que pode existir. Quando conhecemos nossas fortalezas e vulnerabilidades, as dificuldades, os imprevistos não nos atingem tanto. Se tais intempéries por ventura nos derrubarem, sabendo quem somos e como funcionamos, fica muito mais fácil nos levantarmos.

Enfim, esta é minha contribuição de hoje. Espero que aproveitem e reflitam, qual seria o processo mais pertinente a seu caso: desenvolver competências que sabe que precisa para chegar lá; ou cuidar das emoções que te atrapalham para chegar nisso? Nada impede que sejam ambos... 

Até breve.

Abraço,
Lilian Loureiro

25 de novembro de 2014

Antes de mãe, mulher

No post de hoje irei abordar um tema que particularmente adoro: a mulher!

Estudar o universo feminino faz parte de minha trajetória pessoal e profissional e desde a faculdade me dedico a esse tema. Minha dissertação de mestrado inclusive explorou esse universo.

Hoje, quero falar particularmente sobre os impactos da maternidade na vida de uma mulher. Não vou abordar a relação mãe-filho em si, mas sim as implicações psicológicas que o "ser mãe" traz para a vida da mulher. Desta forma, talvez eu tire um pouco o lado mimoso do tema...

Em minha concepção, acho que todas as mães deveriam fazer terapia pós maternidade. Não importa em que momento, se logo depois do parto, depois de um ano, dois, enfim, só acho que deveríamos ter um espaço garantido para acolher e elaborar todas as mudanças emocionais e psicológicas que a maternidade provoca. Mesmo a maternidade mais tranquila seria beneficiada por esse momento.

Quando um bebê nasce, deixa nosso corpo uma bagunça. Com sua saída, um buraco enorme fica e leva um tempo até que todos os órgãos se ajeitem internamente após o parto. Psicologicamente o mesmo acontece, com a diferença de que ao invés de sobrar espaço com a saída do bebê, precisa-se criar espaço para uma nova identidade: ser mãe. E aí que a bagunça começa.

Até então, era uma rotina, alguns "papéis" para desempenhar e eis que com a chegada de um novo ser, totalmente dependente de nós, nosso mundo desmorona para ser reconstruído em novos moldes. O que funcionava antes passa a não valer mais.

Medos, angustias, inseguranças de todos os tipos veem a tona e não sabemos o que fazer com eles. Na grande maioria das vezes inclusive, se quer temos tempo para lidar com eles. Temos que nos dividir em mil: o bebê, outros filhos se for o caso, marido, casa, trabalho e vamos ficando relegadas a um segundo plano para poder dar conta de tudo.

E nesse ponto cometemos um grande pecado e todos os desarranjos subsequentes são decorrentes disso. De repente o filho não tá bem, o trabalho também, casamento, enfim... Quando mais tentamos dar conta de tudo sem olhar para nós mesmas, pior a situação fica. Temos que estar bem, para o entorno estar bem também. O meio começa apenas a dar sinais da nossa bagunça interna e não nos damos conta desse reflexo. É como Jung diz, o que está dentro, está fora...

Por isso que afirmo tão enfaticamente que para mim todas as mães deveriam vivenciar a experiência da terapia. Ter 1 hora uma vez por semana, única e exclusivamente para si, para falar do que quiser, se olhar, se organizar, se fortalecer. Arrumar a bagunça interna que a entrada de uma nova identidade provocou e perceber o quão forte, guerreira e especial se é! Ufa, que alívio ter espaço para acomodar tantas coisas novas, se desfazer de outras que muitas vezes ocupam um espaço danado que precisa ser liberado para o novo poder entrar.

Já ouvi muito: "mas não acho justo deixar de ficar hora com meu bebê, já trabalho tanto, tenho tão pouco tempo com ele..." É como sempre digo para meus pacientes e clientes sobre a metáfora do avião. "Em caso de despressurização da cabine máscaras cairão. Coloque-a primeiro em VOCÊ, só depois em crianças e idosos que estiverem a seu lado." Há uma razão para isso, você tem que estar bem para poder ajudar e até salvar quem está a seu lado. Olhar e cuidar de si não é egoísmo é NECESSIDADE!!!

Assim que eu encerro este post "mamães". Espero que ele abra margens para reflexões: será que você está cuidando bem de si?

Até breve. 

7 de outubro de 2014

Se conhecer exige coragem

Autoconhecimento, palavra da vez: a chave para o sucesso. Todos os processos de desenvolvimento pessoal ou profissional exigem autoconhecimento como etapa imprescindível do processo.  Mas, o que isso significa? Será que é tão simples assim?

Conhecer-se não é apenas conhecer suas habilidades, competências, explorar sonhos, almejar metas e esperar resultados.

Autoconhecimento é muito mais profundo. É enfrentar as fragilidades, olhar os pontos cegos, os medos, receios, julgamentos... O que muitas vezes não combina com o esperado, almejado. Pelo contrário,  por vezes queremos deixar de fora a todo custo o que descobrimos a nosso respeito, pois a "novidade"  pode influenciar negativamente no resultado.

Autoconhecimento é para os corajosos, dispostos a se surpreenderem. O pior defeito pode ser qualidade e a melhor qualidade pode ser defeito. Como diz o ditado, "entre o remédio e o veneno, o que muda é a dose".

Mas, enquanto existir o ideal do "se conhecer", a verdade psíquica, a essência não poderá se manifestar. É muito fácil, evitar conflitos e ficar na zona de conforto... Agora sentar na poltrona do psicólogo, se propor a se descobrir, requer muita coragem.

Atualizar o passado, sair da vitimização, descobrir recursos internos... isso só para quem tem coragem. Só quem já passou por isso, saber a dor e o alívio que representa.

Por mais que a vida não esteja conforme o sonhado, permanecer na mesma é mais seguro. A zona de conforto, pode ser apertada, sufocante; mas protege, alimenta. Romper dói. Dilacera, é como Hillman diz: "A psicologia é concebida como uma atividade necessária da psique, que constrói vasos e os quebra para aprofundar e intensificar as experiências".

"Quebra para aprofundar" eis o desafio autoconhecimento e eis porque é para os corajosos. Quebrar o "belo" em nome do "possível feio" não é para qualquer um. Mas, para aqueles que se aventuram por essa jornada, conhecer-se é mágico e transformador.

"Muitas vezes sua neurose consiste no fato de estar preso ao seu passado e querer justificar tudo pelo o que ocorreu no passado" (Jung). Fica a dica para reflexão...

Ótima terça-feira!

5 de setembro de 2014

Você é individualista no amor?

Hoje, para fechar a semana, gostaria de compartilhar um artigo antigo, produzido quando fazia parte do Grupo SEJA - Serviços e Estudos Junguianos Sobre o Amor.

O tema é importantíssimo e perpassa não apenas a relação amorosa, mas os relacionamentos em geral: até que ponto devemos manter nossa individualidade sem sermos individualistas? 

Por Grupo SEJA 


Individualidade e individualismo: duas palavras parecidas, mas que assumem sentidos tão diferentes. A primeira diz da particularidade que distingue uma pessoa; a segunda refere-se a uma conduta egocêntrica.


No relacionamento amoroso a distinção é bem clara. Ter uma postura individualista é não se entregar, é ver o outro como objeto. Quando isso acontece o que está em jogo não é o amor que sentimos pelo outro, e sim o sentimento de posse, que tem relação com o poder. O individualista tem medo do amor.



Já quando colocamos a nossa individualidade de maneira clara, e também a serviço do nosso crescimento e da relação, é possível a entrega íntima, pois não existe o medo de se perder no contato com o outro. Cada um sabe que ter os seus interesses particulares não abala o relacionamento, ao contrário, só enriquece a convivência trazendo experiências novas que podem ser compartilhadas.



O bom desenvolvimento da individualidade permite que os parceiros não fiquem misturados, ou indissociados. Se essa simbiose acontece, certamente os companheiros não conseguem ainda dar limite para o que é seu e o que é do outro, o que gera uma dependência nada saudável, em detrimento do amor próprio. É preciso saber preservar a própria identidade, já que aceitar em si mesmo e no outro a existência de características negativas, possibilita o encontro verdadeiro no amor.



Quando há respeito por sua individualidade e a do outro é possível reconhecer o parceiro tal como ele é, e perceber que o desenvolvimento independente dele não é uma ameaça para si. Não é preciso existir a posse, o valor da relação é pautado justamente na diferença. Não é preciso haver o controle, se o contrato estabelecido tem como princípio o respeito. 



O indivíduo que respeita a própria individualidade e a do outro sabe que onde existe amor, não existe poder, essas são coisas que não podem existir conjuntamente, porque elas se destroem. Fazer um programa sozinho de vez em quando, sair com os amigos sem a presença do amado (a), longe de ser uma ameaça ao casal, indica respeito e confiança. 



O individualista, ao contrário, quer sempre conquistar e possuir todos os objetos que deseja, numa tentativa de manter o controle sobre o outro. Isso revela uma incapacidade de sentir dor e aceitar as frustrações. Daí a impossibilidade de entrega e a conseqüente atitude egoísta de não ceder, não fazer nada em prol da relação e sim seguir os caprichos do seu próprio desejo. Isso sem levar em conta as reais necessidades do relacionamento.



Afinal por que é tão difícil não cair nessas armadilhas que um relacionamento amoroso provoca? Não se entregar, mas também não conhecer o amor verdadeiro; ou entregar-se completamente a ponto de perder-se de si mesmo?



No amor é necessário saber fazer concessões, é preciso permitir que o parceiro seja o que ele é, destituído de fantasias, expectativas e projeções. Isto não garante que não haverá dor ou frustração, porém só assim a possibilidade de crescimento se apresenta.



Se perdermos a autonomia e a liberdade por estarmos numa fusão com o companheiro, paramos o nosso próprio desenvolvimento psíquico. Ficamos presos a uma parte de nós mesmos, deixando de viver a nossa totalidade com todas as características que nos fazem ser quem somos. O possessivo cria um tamanho desgaste na relação que o par sente-se paralisado, incapaz de reconhecer os próprios desejos adormecidos.



Assim, um verdadeiro relacionamento amoroso envolve parceria, troca e aceitação mútua. E principalmente, os parceiros precisam estar sempre em condição de igualdade, ou seja, o que eles têm a oferecer é nada menos do que si mesmos, além do anseio de se relacionar. Porque dessa forma os espaços individuais estão garantidos, bem como o aprendizado em conjunto também, e a entrega e o desejo de união com o outro torna-se possível.

(ARTIGO ORIGINALMENTE PUBLICADO NA REVISTA ELETRÔNICA VYA ESTELAR DA UOL, NA COLUNA AMOR EM 2004)

27 de agosto de 2014

Orientação Profissional: A jornada da semente - Um olhar junguiano

Há algum tempo venho refletindo sobre a interseção da Orientação Profissional e a Psicologia Analítica. Ainda não me detive ao trabalho de levantar trabalhos que debatam essa temática. Mas, cá com os meus botões, comecei a refletir a respeito.

O processo de orientação profissional é um processo de começo, meio e fim, que auxilia as pessoas no momentos de dúvidas quanto a escolha da profissão. Seja ela a primeira escolha, ou segunda, terceira, quando a pessoa já está inserido no mercado de trabalho e/ou já tem uma formação universitária e quer mudar o rumo. Este processo é calcado em três pilares: autoconhecimento, testes psicológicos e também pelo conhecimento da realidade profissional. Desta forma, a (re) orientação profissional serve como um instrumento de apoio à (re) escolha da carreira e tem por objetivo auxiliar nesta importante etapa de vida. 


Não existe um momento certo, ideal para que esse processo ocorra. É claro que é bastante comum que esse serviço seja procurado próximo ao vestibular, para que a escolha da profissão seja mais certeira. Mas, é garantido que farei a escolha certa para o resto da minha vida nesse momento? NÃO!

Garantia é um terreno arenoso nesse sentido. A psique é dinâmica. O que faz sentido hoje, pode não fazer amanhã. E, tudo bem ser assim! 

Às vezes focamos tanto nos resultados que não apreciamos, aprendemos e crescemos com o PROCESSO. E aí é que entra o olhar junguiano. Um olhar prospectivo que aponta as finalidades, os para quês dos fenômenos que vivenciamos e não os porquês.

Por mais que vivamos em tempos Hipermodernos, em que a velocidade e os resultados são as premissas básicas,  temos que dar tempo ao tempo. Uma maçã, não se torna maçã da noite para o dia. Enquanto semente, tem que encontrar um solo adequado para poder germinar. Nesse processo, tem que abdicar do seu centro seguro e acolhedor e começar uma tremenda transformação. Transformação esta que implica em dor, no sentido de suportar a escuridão do solo, romper a casca e sair em busca da luz. Para então se transformar em árvore, florescer e gerar frutos.

Metaforicamente, diria que quem busca a (re) orientação profissional é como uma semente, voando pelo vento à procura de um solo para germinar. No processo, estudamos os possíveis solos que existem, antecipamos e refletimos sobre as possíveis dificuldades que essa semente irá encontrar... Mas, suportar a escuridão, romper as barreiras da casca e buscar a sol é uma tarefa única e exclusiva da semente. Como orientadora, posso apenas regar o solo, ajudar a remover ervas daninhas que possam vir a atrapalhar o processo de germinação.

Jung diz que "... a trajetória da vida é tão individual que certamente nenhum conselheiro, por mais competente que fosse, poder-lhes-ia prescrever o único caminho certo. Por isso devemos fazer com que a própria alma da pessoa venha a falar, a fim de que esta compreenda a partir de seu próprio intimo, qual é a sua situação verdadeira."

Por isso, me sinto no dever de cuidar de cada processo de maneira singular. Cada necessidade é única. E é preciso estarmos atentos a isso. A semente pode sentir a necessidade de ficar mais tempo no solo, explorar os limites da casca, suportar a escuradão até que se acostume com ela, antes de romper rumo a luz. Tudo ganha um novo significado, que só o autoconhecimento é capaz de propiciar. Mas, se o foco for no resultado, no fazer a escolha certa no tempo certo, isso será perdido. 

Como jardineira, devo apenas respeitar e acompanhar. Pode ser que se tenha que dar uma pausa no processo para que essa semente desfrute de sua viagem interna. TUDO BEM!  Um novo contrato é estabelecido, a (re)orientação profissional faz uma pausa e o autoconhecimento passa ser explorado em um novo setting terapêutico. Afinal, como disse em tudo há uma finalidade maior e temos que respeitar o tempo de cada um:  "quem olha pra fora sonha, quem olha pra dentro acorda". (Jung)

Abraços,
Lilian Loureiro

13 de agosto de 2014

Dedo na ferida

Diante dos acontecimentos semanais, uma reflexão veio a mente: como é complicado percebemos lacunas e termos uma abordagem construtiva a partir delas.

Ninguém gosta de ter suas falhas apontadas, declaradas. Quando isso acontece, as defesas sobem com uma força descomunal e muito pouco pode ser feito quando as barreiras são instaladas.

Mas como lidar com isso? Me parece que o raciocínio clínico se aplica bem à construção desta fórmula: nunca podemos ir direto ao ponto, sem que um bom vínculo esteja formado. O VÍNCULO é o solo firme e segura para que as lacunas, falhas, pontos a serem desenvolvidos sejam apontados e explorados. Tarefa, esta que precisa ser temperada pelo otimismo, oportunidade de desenvolvimento ao explorar áreas que podiam ser deficitárias, ou até mesmo atrapalhar e/ou trabalhar contra o crescimento.

Mesmo tendo a fórmula desenha a partir do trabalho clínico, a transposição para o mundo dos negócios ainda não é tão simples. No curso do SEBRAE sobre "Planejamento Estratégico" muito foi explorado sobre a importância de se encontrar nichos no mercado, o que chamam de "Oceano Azul", mas como navegar por essas águas, eis a questão...

O barco está no mar e com o oceano não se brinca. Não há como prever que tipo de onda pode surgir. Não há solo firme, apenas água. Então, qual a base para a construção do vínculo? 

Quem tem a resposta para a atualização dessa fórmula são os surfistas: EQUILÍBRIO. Tem ondas grandes demais mais encarar, e aí o recuo é inevitável; em contrapartida há ondas que a princípio podem assustar, mas ao serem encaradas podem propiciar uma grande experiência. Seja ela qual for, sem equilibro não há quem pare em pé em cima de uma prancha. Seja recuando, seja encarando, para não se afogar tem que se equilibrar.

A lacuna está apontada, a fórmula pensada, agora é atualizá-la para as peculiaridades do desafio.


14 de maio de 2014

Qual seu plano de carreira?

Hoje irá ao ar no Canal TVCi (17 da TV aberta) a entrevista que dei sobre Plano de Carreira. Aproveitando o ensejo, elaborei um post sobre o tema. E você, já fez o seu plano de carreira?

Antes de responder, é melhor definir: Plano de Carreira é a organização que você precisa fazer e ter para crescer profissionalmente. Todo profissional que visa crescimento, desenvolvimento deve ter um. Consiste em um passo-a-passo do que precisa ser feito para se chegar aonde quer.

Há algum tempo atrás eram as empresas quem construíam o plano de carreira do funcionário: de tempos em tempos ele era promovido. Hoje em dia, já não é mais assim. O fator de promoção não é mais o tempo, mas sim o MÉRITO, o que chamamos de Meritocracia.

Algumas empresas inclusive, não adotam mais o termo Plano de Carreira, visto como algo retrógrado, mas sim “Plano de Desenvolvimento de Carreira”. Este plano parte do profissional e não mais da empresa e visa saber aonde ele quer chegar e se a empresa onde trabalha corresponde a isso.

Em contrapartida, empresas não querem perder talentos e junto com os colaboradores de destaque elaboram o Plano de Desenvolvimento de Carreira ajudando no amadurecimento do profissional para que adquira as competências necessárias para o cargo desejado. Investem no colaborador seja por meio de cursos, treinamentos, Coaching. Tudo para reter o talento e não deixá-lo ir para a concorrência.

Pode ocorrer de um colaborador almejar uma função que a empresa onde atua não comporta. Portanto, cabe somente a ele desenvolver o plano necessário ao objetivo, incluindo a procurar por uma empresa que englobe seu desejo de ambição.

O Plano de Desenvolvimento de Carreira é calcado em três pilares:

1)      Exposição: 35% (network, assumir novas responsabilidades, pessoas te conhecer, liderar força tarefa, participar de projetos que tragam exposição)
2)      Experiência:  45%
3)      Educação: 20% (formação)

Portanto, investir só em educação não é o único caminho. Tão importante como é se expor. Buscar ou aceitar novos desafios solicitados, ser proativo. Isso conta muito para ser visto como um "colaborador em destaque".

Enfim, querendo crescer na empresa onde atua ou ampliar seu horizonte, não deixe de elaborar seu Plano de Desenvolvimento de Carreira, parta do onde quer chegar (exemplo, diretoria de finanças); em seguida elenque tudo o que for necessário para que o objetivo seja atingido (aperfeiçoar o inglês, fazer curso avançado de Excel e finanças, fazer Coaching de liderança...). Estabeleça um prazo para o objetivo final e para cada item. Coloque tudo no papel, elabore planos de ação individuais para tudo o que for elencado seja desenvolvido (ex. me matricular no curso avançado em tantos mês). Concretizando o plano de desenvolvimento dessa forma, as chances de atingi-lo são maiores, pois você gera um compromisso com você!

Se não conseguir fazer sozinho, o processo de Planejamento ou Coaching de Carreira pode ajudá-lo . Boa sorte e sucesso!
Lilian Loureiro


14 de abril de 2014

Orientação Profissional: uma busca pelo chamado interno?


Acabo de assistir a um vídeo, enviado por uma cliente de reorientação chamado: "Papai, quero ser publicitário."

Linda produção, que proporcionou muitas reflexões, tanto em minha cliente, como em mim. A autora do projeto teve a felicidade de escolher profissionais absolutamente felizes com a escolha profissional. Mas, o que mais me chamou a atenção, é que vídeo não fala da profissão “Publicitário” em sim, mas sim de pessoas que ouvem o chamado interno para serem felizes naquilo que fazem.
 
Teve um participante em particular que reflete bem isso. Um carioca, que quando criança cortava anúncios imobiliários do jornal porque simplesmente gostava. Achava que era o próprio jornal quem produzia aquilo, não fazia ideia de que havia uma profissão por trás. Anos mais tarde, passeando por um shopping, viu uma exposição, se interessou e quando foi ver, tratava-se do autor dos anúncios que tanto gostava na infância. Ali, um “o chamado” foi concretizado e ele teve a certeza do que queria ser. Uma brincadeira inocente de criança, que lhe fazia bem, já dava indícios importantes do que gostava e o que poderia deixá-lo feliz. Quando criança, não fazia ideia do porque gostava daquilo, simplesmente gostava e sem julgamento, ou críticas, deu vazão a isso.
 
É assim que ocorre com nossa vida interna. O tempo todo somos bombardeados com informações sobre o que gostamos, o que nos deixa felizes; mas não damos importância, a loucura do dia-a-dia não deixa darmos a devida importância a isso.
 
Por isso que no processo de (Re)Orientação Profissional a fase de autoconhecimento é TÃO importante! É nessa fase que aquietamos a barulheira externa e nos voltamos para ouvir “os chamados” internos. Lembranças vêm à tona e há oportunidade de dar vazão a infinitas possibilidades. Fazendo nossa parte, a vida se encarrega de fazer a dela. No caso do participante, um evento aleatório, passeio ao shopping, foi decisivo para encontrar que profissão gostaria de ter.
 
Como junguiana que sou, em tudo vejo uma finalidade maior. Não há acasos, mas sincronicidade: eventos que não têm relação de causa e efeito entre si, mas que apontam para algo maior. Se você estiver minimamente focado em sua essência, muitas coisas passam a fazer sentido e a escolha se torna serena, tranquila e natural. Portanto, voltando à pergunta do título Orientação Profissional: Uma busca pelo chamado interno? SIM, principalmente para aqueles que não tem medo de se conhecer e que estão dispostos a mergulhar em sim mesmo em busca de respostas e que não projetam a decisão da escolha externamente nos pais, amigos e até nos orientadores...
 
Não importa o quê você vai ser ou fazer, mas sim se "esse quê" está conectado à sua essência, se "esse quê" responde a quem você é. Escolher uma profissão não é uma escolha para a vida toda, mas no momento em que é escolhida, precisa fazer sentido, precisa servir de alimento e no vídeo mencionado é exatamente isso que retrata. O vídeo mostra os louros de ser publicitário, mas todo ônus e renuncias que precisam ser feitas; mas quando o prazer e a realização pesam mais, as renúncias serão meros males necessários e não um fardo pesado e insuportável. Portanto, se você é daqueles que sofrem da "Síndrome da Segunda-feira", vale a pena repensar: será que o que faço está conectado à minha essência?... 
 
É claro que se a resposta for não, você não deve sair aleatoriamente “chutando o pau da barraca” e abrir mão de tudo. Vale RESSALTAR que toda mudança exige PLANEJAMENTO, não dá para ser feita de uma hora para outra só porque percebeu que não está feliz naquilo faz. Essa tomada de consciência é o primeiro e importante passo. Mas, muitos outros virão a seguir. Entre eles, avaliar consequências positivas e negativas da mudança; o que precisará ser feito previamente para que tal mudança seja possível. Enfim, são vários passos e a mudança pode não ser tão rápida quanto gostaria. O mais importante é você ter dado voz a sua inquietação para ter a oportunidade de fazer uma escolha mais feliz. 
 
Muitas vezes dar-se conta desse processo todo sozinho não é tarefa fácil, para isso a Reorientação Profissional pode te servir.
 
Para quem se interessar pelo vídeo mencionado, segue o link autorizado pela autora.


Grande abraço,
Lilian Loureiro

11 de abril de 2014

BATE-PAPO: OS PRIMEIROS PASSOS DO JOVEM PSICÓLOGO


Coordenadora:

Psic. Ma. Lilian Loureiro CRP-06/73269 E CRP-08/IS-351

 
Objetivo: orientar o jovem profissional que queira desbravar os caminhos da vida profissional autônoma. 
 
Formato: encontro breve, descontraído, em que serão abordados temas exigidos para a atuação profissional e dicas sobre como iniciar o caminho como autônomo(a).

Local: Instituto de Coaching e Orientação Profissional - ICOP Av. Silva Jardim, 2042, conj. 904
 
Data:  Agende seu horário individual ou em grupo. 

Duração: Aproximadamente 2 horas. 

Investimento:  R$ 35,00 (trinta e cinco reais).

 

 

 

                                                                                                                                               

3 de abril de 2014

Na própria companhia

O melhor amigo que você pode ter é você! Mas, será que você se conhece?

Vivemos em um mundo louco, em que tudo é para ontem e nunca temo tempo para nós. Quem nunca faltou na academia, deixou de fazer algo que realmente gosta em função das demandas e pressões externas?

Diante de tanta loucura acaba que não temos tempo nós e quem dirá então, para um bate-papo conosco..., com o intuito de nos conhecermos e nos tornarmos nossos melhores amigos...

E ai, chegam sintomas de estresse, ansiedade, ganho de peso, entre outros, como tentativa de nosso corpo dizer: ei, estou aqui, fala comigo!

Muitos de nosso males, angustias, medos, indecisões seriam dissolvidos se tivermos como hábito um tempo para nós. Um tempo ocioso, de olhar para dentro e ouvir o que nosso corpo/mente tem a dizer.

Uma maneira simples de conseguir isso é dando foco e atenção aos sonhos. Eles tem muito a nos revelar a nosso respeito. Mas com a loucura do dia-a-dia, não conseguimos sequer lembrar deles.

Se engana e muito quem diz que não sonha. Sonha sim! E muitas respostas para tantas perguntas estão ali, só precisando de tempo, espaço e dedicação para serem compreendidas.

Borá lá tomar com cafezinho consigo mesmo? Tenho certeza que vai adorar a sua companhia.

Lilian Loureiro
Psicoterapeuta & Coach

1 de abril de 2014

Supervisão em Grupo

 


PRÁTICA CLÍNICA EM PSICOLOGIA ANALÍTICA: SUPERVISÃO EM GRUPO

 


PROPOSTA:  grupo com até 4 integrantes em que será discutido um caso clínico real escolhido por um deles, a partir do qual serão abordados aspectos teóricos relevantes, assim como, serão desenvolvidas habilidades necessárias para um bom desempenho psicoterapêutico dos participantes.

 

OBJETIVOS: apresentar a metodologia junguiana para análise e intervenção terapêutica, instrumentalizando o participante com conhecimento e técnicas que contribuirão para a qualificação e aprimoramento profissional.

 

DURAÇÃO:  10 encontros quinzenais com 1h30 de duração cada.

 

DIA E HORÁRIO:  a combinar (início em maio).

 

PÚBLICO:  Estudantes do 5° ano de psicologia e psicólogos.

 


LOCAL:  Av. Silva Jardim, 2042 cj. 904

 

INVESTIMENTO:  R$75,00 por encontro (ou 5 vezes de R$150,00)

 

SUPERVISORA:  Psic. Lilian Loureiro CRP06/73269 - CRP 08/IS-351 (Psicoterapeuta, Coach e Orientadora Profissional, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC/SP)

 

MAIORES INFORMAÇÕES:  (41) 9259-0520 / liloureiro30@gmail.com

28 de março de 2014

Juramento do Psicólogo - Núcleo 12 Turma de 2003 PUC/SP

Hoje estou elaborando um grupo de estudo/supervisão em Psicologia Analítica e revendo uma variedade de materiais, muitos livros, anotações. E eis que encontro o Juramento do Núcleo 12 - Psicologia Analítica da PUC/SP de 2003.
Foi difícil não me emocionar. Não foi a toa que tenha sido uma turma tão especial, que tenhamos aprendido e produzido tanto. Até uma árvore foi plantada pela turma no fechamento do curso, como simbolismo da fase que iria se iniciar e os frutos que iríamos colher.  E hoje, através do facebook é possível reencontrar antigos colegas e perceber quão frutífero foi  todo nosso aprendizado. Alguns continuam na área, na linha da psicologia analítica, outros não. Mas, não temos como negar quão especial tenha sido essa experiência.
Desejo que o grupo que estou elaborando compreenda e entre nessa energia tão vivificante e acolhedora que o papel do psicoterapeuta junguiano pode nos proporcionar:
"Considerando que nosso juramento não garantirá que não comentamos erros que aqui humildemente tentamos evitar, nos propomos não a oferecermos algo além dos nossos limites, mas a possibilidade de um real encontro.
Nos comprometemos a ser íntegros na busca pelas nossas individuações, acreditando ser esta a melhor forma de facilitar o caminho de outras individuações.
Dentro de um comprometimento ético e profissional caminharemos ao encontro de uma intensa e profunda integração com os mistérios que regem a nossa alma, sempre cientes de que os opostos coexistirão estando compromissados com os dois lados, a luz, a sombra em mim, no outro e no mundo."
Turma de 2003 - Núcleo 12 PUC/SP 
  

21 de fevereiro de 2014

É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Por Grupo SEJA

Esta pergunta contém uma armadilha, pois as implicações de qualquer resposta - sim ou não - envolvem dois níveis de realidade: a dos sentimentos e a das convenções sociais. Como está colocada passa a impressão de que amar alguém e estar envolvido num relacionamento amoroso seriam a mesma coisa. E não é bem assim. Muitos relacionamentos, incluindo casamentos, estão baseados em razões bem diferentes das amorosas.

A sexualidade das outras espécies animais é completamente regulada por instintos. No caso do homem, há complicações. Além dos instintos, nós possuímos uma consciência capaz de regular o nosso comportamento erótico.

Há também a convenção social que determina quantos parceiros alguém pode ter. Dependendo da cultura, da sociedade ou da época histórica, esse número pode mudar.
Na sociedade ocidental cristã admite-se a monogamia. O amor por uma única pessoa é um comportamento relativamente recente na história da humanidade. A partir do surgimento do amor romântico, o homem passa a regular seu comportamento admitindo apenas um parceiro.

Isto não impede que nós possamos desejar outras pessoas. O desejo erótico escapa ao nosso controle. Nem por isso somos forçados a sucumbir toda vez que nos sentimos atraídos, uma vez que a construção de uma relação exige foco e energia. Compreender que o sentir não é construído, mas que a relação é, torna-se aqui, fundamental.

A paixão e o desejo se constelam quando projetamos no outro características nossas ainda não desenvolvidas. Pode acontecer de uma pessoa encontrar num único parceiro as condições necessárias para essa projeção. Mas, pode ocorrer de encontrá-las em parceiros diferentes.

Concluindo, ao voltarmos a atenção para o sentimento, as coisas se complicam (ou simplificam ...). O amor, a paixão e o sexo têm movimento próprio, são ilimitados potencialmente. Não se subordinam às conveniências e nem à vontade; podem eleger mais de um objeto.

Mas será possível relacionar-se com mais de um parceiro ao mesmo tempo?


Aqui sim temos uma questão ética com que lidar. Se alguém ama duas pessoas e vive numa sociedade monogâmica; terá de enfrentar um conflito entre seus sentimentos e os sentimentos das outras pessoas envolvidas. Sua decisão não poderá excluir nenhuma das partes e vai envolver algum nível de sacrifício e comprometimento com as conseqüências da escolha. Poderá permanecer monogâmico ou relacionar-se com ambos os parceiros, (ou com nenhum) desde que pague o preço.

(ARTIGO ORIGINALMENTE PUBLICADO NA REVISTA ELETRÔNICA VYA ESTELAR, NA COLUNA AMOR EM 2004)