21 de abril de 2009

Um discurso inspirador...

Quem ainda não viu, vale a pena reservar 15 minutos e assistir a um vídeo realmente inspirador!

O vídeo indicado conta brevemente um pouco da história de um dos homens mais poderosos da atualidade. Contudo, vale enfatizar que o mais legal desse vídeo é que, apesar da influência e referência desse homem, o vídeo mostra sua dimensão humana, repleta de limitações, dificuldades e intempéries que a vida impõe e, o mais importante, como, em detrimento disso, esse homem conseguiu superar, crescer e se tornar quem é hoje! Para mim, é um exemplo de resiliência fantástico.

O vídeo em questão, refere-se ao discurso de Steve Jobs como paraninfo da turma de 2005 da Universidade de Standford. Para quem não o conhece, ele é o criador da Apple, empresa criadora do Ipods e Iphone. Seu discurso é maravilhoso, no qual relata as adversidades que passou, desde ser rejeitado, depois acolhido, ter abandonado os estudos para estudar o que mais lhe interessada. Montar sua empresa, para depois ser demitido dela, descobrir diagnóstico de câncer, e continuar crente em sua vida.

Para aqueles que já assistiram, vale a pena ver de novo...

Segue o link:

https://www.youtube.com/watch?v=45xrq0wpqv4

Lilian Loureiro

8 de abril de 2009

Bullying - Falando sobre preconceito...

Semana passada fui convidada para participar mais uma vez do programa Análise Crítica da RIT TV. O tema, na ocasião foi Bullying. Lembrei-me de um trabalho apresentado por colegas no mestrado, em uma disciplina sobre desenvolvimento humano. Tentei entrar em contato para levantar o material, mas o tempo que dispunha não foi suficiente.

Precisei arregaçar as mangas e partir para o “famoso levantamento bibliográfico”. Quem algum dia já teve experiência com pesquisa, sabe do que estou falando... Mas, desta vez não foi um trabalho maçante, foi até que gostoso. Encontrei materiais dos mais diversos, desde apresentações de aula, campanhas de escola contra a prática do bullying, até artigos científicos de revistas conceituadas.

Mas afinal, o que é bullying? Bullying é o termo adotado para designar um tipo particular de violência, que é a intimidação. A palavra deriva do verbo em inglês bully que significa intimidar, mas que não recebe tradução. Esse termo foi adotado na década de 70 na Noruega e rapidamente foi adotado por outros países também. No Brasil o estudo desse tipo de violência, com esse nome, é mais recente. A partir da década de 80 que o tema começou a ser estudado.

No bullying a relação é a três: agressor, vítima e platéia. Para haver bullying, essa equação precisa estar presente. As características deste tipo particular de violência são: relação desigual de poder, repetição intencional de atitudes violentas, seja físicas, psíquicas ou emocionais, na qual a vitima não tem condições de se defender. Geralmente a vítima possue determinada característica que a faz alvo da agressão. Estudos mostram que estrangeiros, alunos obesos, com baixa estatura, homossexuais são alvos recorrentes.

O que me chamou a atenção é que a maior parte do material que encontrei, principalmente os educativos, vê o bullying como algo que precisa ser combatido, eliminado, sendo que o grande vilão da historia é o agressor. Apenas um artigo cientifico problematizou a questão mais a fundo.

O que procurei acrescentar na entrevista é o aspecto sintomático do bullying. Se ele está ocorrendo, é porque algo está acontecendo que precisa ser olhado e entendido. Fiz um paralelo com a febre. Quando estamos com febre é porque nosso organismo está reagindo a algo. Não adianta nada simplesmente tomar um antitérmico e não investigar o que está causando a febre. Na qualidade de sintoma ela pode vista apenas como um fim a ser eliminado. Mas, sua manifestação não deve ser apenas eliminada, ela está ali para mostrar que alguma inflamação está ocorrendo, infecção, enfim. O bullying deve ser visto e entendido da mesma forma. Simplesmente punir o agressor ou proteger a vítima não irá resolver o problema. Pode ter efeito a curto prazo, como um antitérmico que afasta a febre por um momento. Mas, se não investigarmos o que está por trás e darmos a devida atenção, o quadro pode piorar e muito.

O agressor, muitos vezes é ou já foi vítima de alguma situação e/ou agressão em outro contexto. Crianças e jovens que usam da agressão e do abuso de poder, conscientemente ou não, estão mostrando que precisam ser vistos, olhados. E a agressão pode ser a única maneira de conseguirem isso. Se os colocarmos como algoz talvez não consigam manifestar o que estão tentando.

O mesmo ocorre com a vítima. Às vezes pode-se ter uma atitude super protetora não permitindo que ela encontre em si recursos para enfrentar a situação. Desta forma, ficará sempre presa ao padrão de vítima indefesa. Outras vezes, pode-se fazer de conta que nada acontece. Mesmo que a criança ou jovem manifeste medo, por exemplo, de ir para a escola, que volte para casa com coisas faltando, roupa e material rasgado, é como se nada tivesse acontecendo. Ou às vezes, pode-se até brigar pela falta de zelo com o material e falta de interesse em estudar. Para a vítima, que se sente acuada, sem recursos para enfrentar a situação e, na maioria das vezes, muito envergonhada por conta disso, não ser olhada e acolhida, o mesmo efeito da super proteção é produzido: cristalização desse padrão.
E, não é raro, que mais tarde, quando a vítima se percebe um pouco melhor, acabe compensado anos de solidão e desprezo, fazendo com os outros o que sofria calada e aí, a vítima se torna o novo agressor.

Portanto, no bullying vemos os dois lados da mesma moeda: o não ser olhado e entendido em sua singularidade.

Na reportagem que participei, passaram uma matéria excelente de uma escola que encontrou a maneira mais saudável de cuidar do tema: ao invés de apenas punir e proteger, de dar o antitérmico, percebeu que algo estava acontecendo e acolheu e incorporou o tema bullying nas aulas como algo a ser estudado e debatido. Criando-se desta forma, um espaço onde as vítimas tiveram sua voz e os agressores o seu espaço de serem olhados de uma forma mais realista.
Adorei participar desta entrevista, contribuir para o tema. Assim como adorei perceber que, apesar de fazer parte de uma minoria, a escola da matéria encontrou uma saída criativa para lidar com o problema, que não o convencional cortar o mal pela raiz. E por isso, resolvi compartilhar essa experiência.
Lilian Loureiro

Ter ou não ter um blog, eis a questão...

Há algum tempo tenho pensado em publicar um blog e assim compartilhar reflexões, discutir alguns temas. No entanto, sempre resisti.

Não tenho clareza do porque dessa resistência. Por um lado não sou muito adepta à exposição, o que seria uma justificativa perfeita. Contudo, tive uma experiência sensacional em compartilhar ideias via internet.

Durante meu aprimoramento clínico, tive a experiência de publicar artigos no Vya Estelar, uma revista eletrônica da UOL. Foi uma experiência sensacional.

Naquela ocasião, o trabalho era em grupo. Os artigos eram produzidos em co-autoria. A visibilidade foi grande, tanto é que a partir de uma publicação, recebemos um convite de uma editora que adorou um dos artigos e nos convidou para escrevermos um livro. De fato escrevemos!

A coluna no Vya Estelar foi uma experiência ótima, excelente enquanto durou. Mas, toda burocracia em termos de prazos, linguagem, cansava um pouco. De forma que optamos por ficar com os louros da relação e em finalizá-la antes que começasse a deteriorar. Foi um choque para muitos, afinal, como perder uma oportunidade como essa?

Essa é a beleza da escolha: assumir as consequências. Ao optarmos por finalizar nossa coluna, um ciclo se encerrou e outras oportunidades surgiram. E é assim que a vida caminha: precisamos estar sempre alertas aos sinais de partir em retirada, assim como de empreender novas jornadas.

Diante da lembrança dessa feliz experiência, refleti: porque não voltar a escrever e publicar na internet? Não mais num site de grande visibilidade, até porque a proposta não é esta, mas ter um espaço onde as ideais possam concretizar-se em palavras, palavras em frases e frases em textos.

E eis a vantagem de um blog: não tem prazo, você escreve quando quer! Pode ter épocas em que suas reflexões estarão a mil, de forma que seu blog será alimentado com muita frequência. Mas, quando o período de vacas magras fizer-se presente, no problems. Como não existe o comprometimento de, por exemplo, quinzenalmente publicar um artigo, você pode ser fiel ao seu processo criativo e acatar o momento de reclusão.

Paralela a essa sacada, tive a oportunidade de conhecer blogs de colegas, seus textos, reflexões, sugestões e isso foi me cativando cada vez mais. Por fim, decidi ter sim meu blog.

Nele pretendo compartilhar reflexões sobre psicologia, autoconhecimento (processo de individuação), relacionamentos, qualidade de vida, hipermodernidade, enfim sobre meus temas prediletos de estudo e reflexão!

Lilian Loureiro