Acabei de ler esse breve artigo e achei bastante interessante. Por isso, resolvi compartilhar.
Por Rosana Braga
Há alguns dias, tendo de tomar uma importante decisão no meu universo profissional, comecei a me sentir incomodada com algo, mas sem saber o que, exatamente. Sentia-me sem vontade de trabalhar, me dispersando por qualquer motivo, improdutiva. Resolvi me observar; queria descobrir o que estava me deixando irritadiça, como se estivesse contestando alguém ou alguma coisa.
Numa tarde, conversando com minha agente e amiga muito querida, a Claudinha, descobri! Enquanto contava sobre como vinha me sentindo nos últimos dias, inclusive porque ela mesma dizia perceber que eu não estava dando o retorno de sempre, ‘a ficha caiu’: estava me sentindo refém!
Mergulhei neste sentimento... Refém de quê? De quem? A troco de quê? Quanto deveria ser pago pelo meu resgate, a fim de que eu me sentisse livre? Quem pagaria?
Segundo o Aurélio, ‘refém’ significa: “Pessoa importante que o inimigo mantém em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc.”. Achei esta definição perfeita, formidável. Era exatamente isso que estava acontecendo. E fiquei pensando que a maioria de nós se torna refém de algum inimigo durante boa parte de nossa vida.
“Mas que inimigo? Não tenho inimigos!”, você poderia argumentar. E eu afirmo, com certeza, que se não estivermos atentos, teremos um inimigo em potencial muito mais perto do que imaginamos: uma parte de nós mesmos, seja em forma de pensamentos negativos, de crenças limitantes, de promessas ultrapassadas, de tratados que já não fazem sentido, ou simplesmente de desejos que não valem o preço do resgate.
Traduzindo melhor, esses inimigos podem ser escolhas que garantem aquisição de bens materiais – uma casa ou um carro, por exemplo; podem ser comportamentos para obtenção de fama ou reconhecimento de alguém ou a crença de que agindo de determinada forma seremos amados; a aceitação inconsciente da ilusão de que somos o que vestimos, o lugar onde freqüentamos, e assim por diante.
Claro... tudo isso tem sua importância, sem dúvida! Mas desde que você seja sempre o mentor de cada uma dessas crenças e afirmações. Desde que você seja comandante de suas ações, dirigente de seus passos e tutor de suas escolhas – cada uma delas – durante todos os dias de sua vida, lembrando que a sua verdade de hoje pode simplesmente se tornar uma mentira amanhã... e que isso, na maioria das vezes, se observarmos com os olhos do coração, não é de todo ruim.
Por fim, é bom começar a considerar que a partir do momento em que você age sem respeitar seus verdadeiros sentimentos, sem levar em conta sua missão, seus dons e seus valores, torna-se refém de si mesmo, torna-se seu próprio inimigo.
Abdica deliberadamente do seu direito de questionar o caminho que tem seguido e, se for o caso, mudar de idéia, de perceber que nada é garantia nesta vida, além da chance encantada de viver...
Deste modo, quando algo nos incomodar, que tal nos interrogarmos: quem disse que só existe esta saída? Quem disse que eu só poderei me sentir feliz deste jeito, neste lugar, com esta pessoa ou neste trabalho? Quem disse que eu tenho de ter isso ou aquilo? O que eu realmente quero? O que tenho feito para seguir a minha verdade, ainda que ela seja diferente da verdade de ontem? E, por fim, o que tenho feito para apostar diariamente naquilo em que eu genuinamente acredito?!?
Assim, estou certa de que valerá a pena pagar o preço do seu resgate. Sim, porque é você, sempre você, quem terá de pagá-lo. Afinal de contas, você é uma pessoa importante e não pode permitir que o inimigo – ainda que seja você mesmo – o mantenha em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc. Se uma promessa se torna um cativeiro, é hora de pagar o preço por sua liberdade e retomar o caminho da felicidade, o seu caminho!
29 de junho de 2011
2 de março de 2011
Retorno
Um ano após o último post e as motivações, inspiração e tempo permitiram que voltasse a escrever em meu blog.
Aos poucos a vida profissional esta voltando ao normal e o espaço e tempo dedicados ao blog ganhando espaço outra vez.
A maternidade provoca alterações profundas na vida da mulher. Alem das transformações corporais e psicológicas decorrentes da aquisição do novo papel, outra que traz um impacto gigantesco é a administração do tempo. Quanto menor é o bebê maior é a sensação que temos de que o relógio rouba horas e o dia deixa de ter 24hs. É impressionante, o dia não rende! Não dá para fazer quase nada, a não ser cuidar do bebê, mesmo que se tenha ajuda para isso. E, sinceramente, considero isso super importante e decidi vivenciar esse período integralmente e intensamente. Momento esse, crucial para a formação do vínculo mãe - bebê e para construção na nova identidade: a de mãe.
Mas, conforme eles vão crescendo e se tornando mais independentes, nós nos tornamos também. A nova identidade vai sendo consolidada e aos poucos vamos resgatando as demais personas que perderam a forma durante esse processo e retomando as atividades que foram ficando para depois.
Nove de fato e um número simbólico que remete a finalização de ciclos. Não é a toa que a gestação tem 9 meses. E eis que 9 meses depois do nascimento do meu bebê minhas outras atividades profissionais (sim, porque o consultório retomei 3 meses após) como escrever no blog, participar de grupos de estudos, escrever artigos e dar entrevistas começam a acontecer.
Espero que minha experiência pessoal venha a enriquecer as reflexões que irei postar a partir de hoje. Até logo mais...
Aos poucos a vida profissional esta voltando ao normal e o espaço e tempo dedicados ao blog ganhando espaço outra vez.
A maternidade provoca alterações profundas na vida da mulher. Alem das transformações corporais e psicológicas decorrentes da aquisição do novo papel, outra que traz um impacto gigantesco é a administração do tempo. Quanto menor é o bebê maior é a sensação que temos de que o relógio rouba horas e o dia deixa de ter 24hs. É impressionante, o dia não rende! Não dá para fazer quase nada, a não ser cuidar do bebê, mesmo que se tenha ajuda para isso. E, sinceramente, considero isso super importante e decidi vivenciar esse período integralmente e intensamente. Momento esse, crucial para a formação do vínculo mãe - bebê e para construção na nova identidade: a de mãe.
Mas, conforme eles vão crescendo e se tornando mais independentes, nós nos tornamos também. A nova identidade vai sendo consolidada e aos poucos vamos resgatando as demais personas que perderam a forma durante esse processo e retomando as atividades que foram ficando para depois.
Nove de fato e um número simbólico que remete a finalização de ciclos. Não é a toa que a gestação tem 9 meses. E eis que 9 meses depois do nascimento do meu bebê minhas outras atividades profissionais (sim, porque o consultório retomei 3 meses após) como escrever no blog, participar de grupos de estudos, escrever artigos e dar entrevistas começam a acontecer.
Espero que minha experiência pessoal venha a enriquecer as reflexões que irei postar a partir de hoje. Até logo mais...
1 de março de 2010
Tenho um novo amor! - Entrevista
Dia 24 de fevereiro, como havia comentado, participei do programa Show +, da Rede TV+, debatendo o tema: Tenho um novo amor!
Gostei muito da experiência. Primeira vez que participo de um programa tão longo (1h30) e com outros colegas. Estávamos em 3: eu, psicóloga, Andrea Nakano, ginecologista sexóloga e Angela Berekedjian.
A participação dos telespectadores foi intensa e a troca muito enriquecedora.
Para quem não assistiu, mas gostaria, aí vai o link:
http://www.redetvmais.com.br/showmais/index.asp?dia=24&mes=2&ano=2010
Lilian Loureiro
22 de fevereiro de 2010
Nova entrevista: Programa Show +
Quarta-feria, dia 24/02/10, particparei de uma nova entrevista.
Desta vez será na Rede TV +, canal 14 da NET ou 8 da TVA. Não sei se passa na tv aberta.
O nome do programa que participarei é Show +, programa diário de entrevistas conduzido por Darcio Arruda, no qual participam 3 profissionais de diferentes áreas para debater diferentes temas. Acontece todos os dias das 19h30 às 21hs. Não conhecia, mas parece ser bastante interessante.
O tema da vez será "Tenho um novo amor", terceiro programa da série sobre relacionamentos amorosos.
Vamos ver como será essa experiência. Quem sabe ainda nessa semana conto como foi...
Desta vez será na Rede TV +, canal 14 da NET ou 8 da TVA. Não sei se passa na tv aberta.
O nome do programa que participarei é Show +, programa diário de entrevistas conduzido por Darcio Arruda, no qual participam 3 profissionais de diferentes áreas para debater diferentes temas. Acontece todos os dias das 19h30 às 21hs. Não conhecia, mas parece ser bastante interessante.
O tema da vez será "Tenho um novo amor", terceiro programa da série sobre relacionamentos amorosos.
Vamos ver como será essa experiência. Quem sabe ainda nessa semana conto como foi...
Lilian Loureiro
17 de fevereiro de 2010
Imperfeição
Mais uma idéia de Rubem Alves que amei e compartilho. Trata de um assunto que trabalho muito com meus pacientes: sempre precisamos dar vazão e acolher o nosso lado "monstrengo". Por mais desagradável que isso seja, faz parte da nossa natureza termos lado sombrio. Quanto mais negamos esse lado, no intuito se sermos perfeitos, mais autonomia ele passa a ter sobre nos, aparecendo nos momentos menos oportunidos, com consequências catastróficas na maioria das vezes.
Conselho a Nelson Freire
(Ostra feliz não faz pérola - p. 26)
"Caro Nelson Freire: ao terminar de ouvir os dois concertos de Brahms interpretados por você, lembrei-me de um incidente que poderá lhe ser de grande valia. Bernard Shaw foi ouvir Jascha Heifetz. Chegando em casa, depois do concerto, escreveu-lhe uma carta imediatamente. O conteúdo era mais ou menos assim: "Prezado senhor Jascha Heifetz. Ouvi-o no concerto desta noite. Voltei para a casa profundamente preocupado. Porque tocando do jeito que o senhor toca é impossível que os Deus não se roam de ciúme - porque é certo que eles não conseguem tocar como o senhor. Eles sentirão inveja. E deuses invejosos são perigosos. Assim dou-lhe um conselho. De noite, antes de dormir, não faça suas orações costumeiras. Pegue seu violino e toque desafinado. Os deuses, ao ouví-lo, se sentirão aliviados na sua inveja e deixarão o senhor em paz. Atenciosamente, George Bernard Shaw". Nelson, faço meu o conselho de Shaw. Sozinho, de noite, em vez de rezar, toque mal, esbarre algumas notas, erre... Nenhum crítico o estará ouvindo. Mas os deuses estarão. E eles dormirão em paz e você dormirá em paz. Conselho de seu conterrâneo Rubem Alves." (Rubem Alves - Ostra feliz não faz pérola)
É mais saudável termos a consciência de que podemos e devemos desafinar, do corrermos o risco de nos expormos a ira dos deuses. Essa crônica ilustra metaforicamente nossa estrutura psiquica. Dentro de nós habitam deuses poderosos, que não aceitam pretenção de perfeição do ego. Eles são perfeitos, o ego não. Portanto, o ego deve reconhecer humildimente sua natureza humana e não desafiá-los, pois poderá não dar conta da punição. Fazemos isso ao reconhecer nosso lado monstrengo, quando sozinhos, no silêncio da noite assumimos que erramos, que não fomos totalmente honestos, entre tantos outros exemplos. Desta forma, tanto os deuses como o ego dormirão em paz, pois o ego estará integrando conscimente o lado "monstrengo".
Lilian Loureiro
10 de fevereiro de 2010
Voltei!!!
Caraca, quanto tempo que não escrevo...
Estava com saudades do meu blog, mas faltava inspiração. De setembro de 2009 pra cá muitas coisas maravilhosas aconteceram em minha vida e meu foco acabou sendo outro.
Como mencionei no meu primeiro post, fui fiel ao meu processo e não forcei. Mas hoje, lendo Rubem Alves a inspiração voltou. Compartilho um crônica dele, reflete maravillhosamente a emoção do retorno:
Inspiração
(Ostra feliz não faz pérola - p. 19)
"O livro do Eclesiastes adverte: "Um último aviso: escrever livros e mais livros não tem limite. E o muito estudo é enfado da carne..." Não obedeci. Escrevi muitos livros. É o jeito que tenho de brincar. Livros são brinquedos para o pensamento. De todos os que escrevi, acho que o que mais amo é A menina e o pássaro encantado. Escrevi para transformar uma dor em beleza. Eu ia me ausentar do Brasil por um período longo e a minha filha de quatro anos, a Raquel, estava inconsolável. As crianças têm uma sensibilidade especial. Sabem que toda ausência passageira é metáfora de uma ausência definitiva. Ela sofria e eu sofria com o sofrimento dela. Aí, de repente, veio a inspiração. Inspiração é quando a gente não sabe de onde a idéia vem. Na ciência é o contrário: é preciso explicar o caminho que se tomou para chegar à idéia. É esse caminho que tem o nome de método. Seguindo no mesmo caminho, qualquer outro cientista poderá chegar à mesma idéia. Na literatura é o contrário: o escritor não sabe de onde as idéias vêm. Portanto não se pode ensinar o caminho. Veja como Fernando Pessoa escreveu essa experiência: "Às vezes tenho idéias felizes, idéias subtamente felizes. Depois de escrever, leio... Por que escrevi isso? Onde fui buscar isso? De onde me veio isso? Isto é melhor do que eu...". A ciência é a caça de um pássaro definido de antemão que, depois de apanhado, será preso numa gaiola de palavras. Mas, a inspiração não é uma caça. A inspiração chega em momentos raros de distração. Picasso explicou o seu método: "Eu não procuro. Eu encontro...". Ou seja, a inspiração não tem método: o pássaro pousa no nosso ombro, sem que tivéssemos procurado e apenas nos espantamos de que ele seja assim tão bonito... Foi assim que me apareceu a a estória A menina e o pássaro encantado. Nela, uma menina não suportava a saudade, para impedir que seu pássaro voasse tratou de prendê-lo numa gaiola. Resultado: o pássaro encantado deixou de se encantado; perdeu as cores e esqueceu o canto. O pássaro só é encantado quando é livre. O sentido original da estória era claro: era uma estória para minha filha e para mim cujo objetivo era transformar dor em beleza. Mas aí aconteceu o inesperado: depois de publicado, os leitores passaram a ver sentidos novos que eu não havia visto: o livro começou a ser usado por terapeutas para lidar com casais em que cada um tentava engaiolar o outro. E estavam certos. Foi então que um amigo me disse: "Que linda estória você escreveu sobre Deus..." Ao que ele me disse: "Pois eu pensei que o pássaro encantado era Deus, que as religiões aprisionam em gaiolas...". Pode também ser... É impossível engaiolar o sentido. " (Rubem Alves - Ostra feliz não faz pérola)
Lilian Loureiro
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